Por:
Kener Pereira Coutinho Neves
(Benoni Coutinho Neves) – 26/27
(Benoni Coutinho Neves) – 26/27
Das vidas
que vivi em outras vidas
Algumas
me afloram à lembrança
As outras
hoje já são esquecidas
Já não
identifico semelhança
Com o que
hoje sou aqui na Terra
Mas, do
que lembro sei que agora encerra
Um tênue
filete de esperança
Fui
padre, numa época distante
Não sei
ao certo o tempo precisar
Só sei
que fui um padre aviltante
Que
deveria se exorcizar
Pois não
evoluiu naturalmente
E nem
conseguiu se moralizar
Também
fui militar de alta patente
Um homem
desumano com poder
No fundo
era um espírito demente
Na farda
procurando se esconder
Pra
cometer cruéis atrocidades
Gozando
todas as impunidades
Que tem o
mondo para oferecer
Em outra
ocasião eu era médico
Famoso
operador, cirurgião
Mas não
tinha comportamento ético
Mil vidas
eu cortei inda embrião
E para
enriquecer de qualquer jeito
Cheguei a
ser um canalha perfeito
Um
crápula matreiro, um vilão
São
destas vidas que eu me recordo
E tenho
calafrios recordando
Pois do
que pratiquei, hoje discordo
Eternamente
estarei discordando
É tão
sublime o arrependimento
Quanto o
alívio em meio ao sofrimento
É
encontrar o que se está buscando
Um dia eu
encarnei surdo-mudo
Iniciando
nova caminhada
A chance
para recomeçar tudo
Do ponto
“zero”, partindo do nada
Tendo o
silêncio como companheiro
E na
garganta o som prisioneiro
A
liberdade condicionada
Foi este
o amargo fruto que colhi
Gerado
das sementes que plantei
Se como
plantador eu decaí
Como bom
colhedor me levantei
Se a
riqueza foi a perdição
A
humildade foi a redenção
Que eu
rejubilado aceitei
Agora, no
estágio atual
Me sinto
paciente obreiro
Fazendo
seu trabalho manual
Cuidando
de sementes num canteiro
Assim
vivo esta vida bem contente
Pedindo a
Deus que me dê de presente
Reencarnar
como um bom jardineiro.
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