Por:
Kener Pereira Coutinho Neves
(Benoni Coutinho Neves) – 34/35
(Benoni Coutinho Neves) – 34/35
Sentada
na calçada esmolando
Os olhos
já sem luz, os pés sangrando
As vestes
maltrapilhas, sem idade
Aquela
pobre velha enrugada
Quando
inda moça foi a mais amada
De todas
as donzelas da cidade
Por ela,
jovens se suicidaram
E muitos
lares se desmoronaram
Levando
muita gente à loucura
E ela
sempre ria das desgraças
Fazendo
com o amor suas trapaças
Transformando
alegria em amargura
Um dia,
pressentindo a gravidez
Até o
impossível ela fez
A fim de
abortar um inocente
Como não
teve jeito ela saiu
Foi pra
outra cidade onde pariu
Às
escondidas como indigente
Passado o
resguardo ela voltou
E um
lindo garotinho lá ficou
Entregue
aos cuidados de uma freira
A vida
voltou a ser o que era
Amores,
ilusões, uma quimera
E ela
sempre fazendo asneiras
O tempo
sutilmente foi passando
As rugas
foram seu rosto marcando
Amigos e
amores mais escassos
Distante
dela o rapaz crescia
Sem ter
notícia do que a mãe fazia
E nem
conhecimento dos seus passos
Enquanto
com afinco ele estudava
À noite e
de dia trabalhava
Pensando
em construir o seu futuro
A mãe já
sem nenhuma qualidade
Trocou o
prazer por necessidade;
Trocou um
lar por um quartinho escuro
Até que a
ironia do destino
Trouxe de
volta o antigo menino
Pra ser o
médico da região
Um jovem
elegante, já casado
Mui
competente e conceituado
Com fama
de ser bom cirurgião
Sempre
aos domingos, finda a Ladainha
Qual
atraída corre-lhe a velhinha
Em busca
da esmola domingueira
... ... ...
... ...
Somente
as almas entendem o Carma
E as
ciladas que a vida arma
Para uma
MÃE, um FILHO e uma FREIRA.
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