Agradecimentos Especiais

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS: - VALDIR FERREIRA DE SOUZA - O grande ''Azambuja'', o mago da informática, poeta emérito, ninja do mais alto DAN e amigo dileto que teve papel cardinal na preparação, composição e arte final do livro (Diversas Minas de Versos). Para ele os méritos da apresentação visual. - WENCESLAU TEIXEIRA MADEIRA - Cuja a sensibilidade poética por certo o levará ao céu.

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segunda-feira, 28 de março de 2011

OS LIMITES DE DEUS

Por: Kener Pereira Coutinho Neves

(Benoni Coutinho Neves) - 71/72

Se a noite desce sobre mim
O seu manto escuro
Se o sol projetar sobre mim
Seu dourado tão puro
Então lembrarei dos extremos
Que a vida oferece
E agradecerei ao meu Deus
Através de uma prece

Se a seca alcançar a pastagem
E tudo secar
Se o rio invadir a pastagem
E tudo brotar
Também lembrarei dos extremos
Que a vida oferece
E agradecerei ao meu Deus
Através de uma prece

Se a morte se fizer presente
E levar-me consigo
Se a vida alongar o presente
E eu viver mais comigo
Eu meditarei nos extremos
Que a vida oferece
E agradecerei ao meu Deus
Através de uma prece

Pelo que me falta na vida
E muito careço
Por tudo o que tenho na vida
E nem sei se mereço
É que eu bendigo aos extremos
Que a vida oferece
E alegre agradeço ao meu Deus
Através de uma prece.

TELEPATIA

Por: Kener Pereira Coutinho Neves

(Benoni Coutinho Neves) - 73

Pela primeira vez que a vi, estava me olhando
Cenho francino, me busca sintonia
Eu presenti que alguém estava me chamando
E nesse clima fomos nos aproximando
Na mais perfeita forma de telepatia

Éramos dois seres sem nome; só amantes
Se completando como as rimas de um verso
Tendo a certeza de que amores errantes
Cedo se encontram transformando estes instantes
Na mais sublime e individual lei do universo

Nossos olhares - nos olhavam silentes
Sobre os meus ombros os seus braços se apoiaram
Sua cintura estavam em minhas mãos potentes
Logo a seguir, como é normal, beijos ardentes...
Num breve tempo nossos olhos se fecharam

Cruzou os braços e ergueu-os com destreza
Despiu as vestes coloridas, de algodão
Vestu seu corpo com o manto da pureza
Botou no rosto um sorriso de beleza
E me entregou seu corpo e seu coração.

SUBLIME - IDADE

Por: Kener Pereira Coutinho Neves

(Benoni Coutinho Neves) - 74/75

Sublimidade
É amar a existência
Transmitir experiência
Ensinando com prazer
Está esperto
Nunca cair no marasmo
Pois somente tem espasmos
Quem não tem o que fazer

É não ligar
Pra posicões planetárias
Confiar nas coronárias
Ter um pouca mais de fé
Sempre lembrando
Que raiva pode matá-lo
Que a morte vem a cavalo
E a vida vai a pé

Sublimidade
É sentir-se remoçado
Bem feliz, cantarolando
Programar o amanhã
Ver que o futuro
Não está dentro do quarto
E renascer noutro parto
Numa vida mais louçã

Levantar cedo
Pra amar a natureza
Procurar ver a beleza
Onde outros nada vêm
Manter a calma
Inspirar tranquilidade
Praticar fraternidade
Com o irmãos que nada têm

Sublimidade
É além de tudo crer
Que as marcas do sofre
São as provas que venceu
E que as cãs
São albornozes da alma
E as rugas são as palmas
Louros que a vida lhe deu

Assim eu vivo
É minha filosofia
Se não tenho o que eu queria
Tenho além de quem não tem
A minha idade
Não é mais um algarismo
É a soma do ecletismo
De quem sempre diz AMÉM.

SUPERSTIÇÃO

Por: Kener Pereira Coutinho Neves
 (Benoni Coutinho Neves) - 76/77

No bolso um pé de coelho embalsamado
Pescoço com colares e miçangas
A reza pra ter o corpo fechado
Num patuá com outras bugigangas

Um ''13'' trabalho em ouro puro
Cravado com brilhantes de um quilate
Pra iluminar qualquer caminho escuro
E conseguir vitória sem debate
Em casa, mais de vinte ferradura
Pregadas nas paredes e nas portas
Benzidas as chaves e fechaduras
E mais dois chifres com as pontas tortas

Jamais passar por baixo da escada
Sair na mesma porta onde entrou
Se gato preto cruzar a estrada
Não mais passar por onde ele cruzou

Ler o horóscopo de manhãzinha
Seguindo sua orientação
Rezar de tráz pra frente a ladainha
Com um pé no sapato, outro no chão

Jamais usar o pé esquerdo antes
Ao acordar ou transpor os portais
Comprar estatuetas de elefantes,
Corujas, Budas em seus pedestais
...   ...   ...   ...   ...   ...   ...   ...   ...   ... 

E seguem por aí outras besteiras
Atormentando a vida desta gente
Um povo acreditando em asneiras
Bem mais do que num Deus onipotente

Ainda bem que que não creio em feitiço
Nem dou nenhum valor ao feiticeiro
Um talismã pra mim é deus postiço
O medo faz o homem prisioneiro

Comigo só carrego uma bengala
Com ela me sinto mais que perfeito
Pra não chutar a sorte sem prová-la
Por sorte Deus Tirou-me o pé direito.

domingo, 27 de março de 2011

CONTAGEM REGRESSIVA

Por: Kener Pereira Coutinho Neves

(Benoni Coutinho Neves) - 78

Este carvão que queima em tua churrasqueira
Aquelas áchas que te aquecem a lareira
Aqueles tiços que esquentam teu fogão
Há pouco tempo foram árvores frondosas
Que há muito tempo denominaram majestosas
Nalguma mata, na floresta ou num capão

A maioria, ninguém quem plantou
Infelizmente todos sabem quem cortou
Argumentando ser em nome do progresso
É interessante como o ser humano é mau
Mata uma árvore tronando-se um pau
E não replanta, não recicla o progresso

Mais um milênio e se acaba a natureza
A vastidão da terra será da aspereza
E nunca mais nascerão plantas neste chão
A raça humana em agonia derradeira
Não mais terá nem um pedaço de maneira
Pra fabricar nem mesmo o seu próprio caixão

MONÓLOGO DE GRATIDÃO

Por: Kener Pereira Coutinho Neves

(Benoni Coutinho Neves) - 79/80

(À minha querida caneta, porta-voz da minha alma)

Sobre o papel a deslizar macia
Obedescendo aos impulsos da mão;
Desta maneira entre nós nascia
E ao passar o tempo mais crescia
Uma interessante afeição

Muitas canetas usei vida afora
Recordo algumas com muita saudade
Mas só você existe até agora
Quanto mais uso tanto mais melhora
É a maior peculiaridade

Caneta é como agulha de vitrola:
Só tem razão de ser se o disco gira
Escrita é voz sem som que não se evola
Somente a imaginação controla
De fato a emoção que a inspira

Eu acho que você também tem alma
Pois interpreta as coisas que eu penso
Principalmente se me foge a calma
Você parece estar um trauma
E mostra fielmente que estou tenso

Estando calmo então é diferente
As letras e mensagens são perfeitas
A mão pega você suavemente
Traçando no papel curvas bem feitas

Relembro as mensagens que escrevemos
Em prosa, verso, frases, orações
Ditamos otimismo, convencemos
Vibramos as paixões, satisfazemos
Com as palavras de nossas canções

Eu vou ficando velho e você gasta
Às vezes a mão treme e você risca
Então eu me concentro mas não basta
E a caligrafia se contrasta,
Não sei quem é de nós quem mais rabisca

Já não nos vemos com intensidade
Meus dias são menores que os seus
Mas deixaremos pra posteridade
Escritos nos postais da eternidade
O fim de outro começo: NOSSO ADEUS.

sábado, 26 de março de 2011

MEU ESPÍRITO PARCEIRO

Por: Kener Pereira Coutinho Neves

(Benoni Coutinho Neves) - 81

(A. de Castro Alves)

Você, meu grande amigo que me inspira
Que sempre dirigiu a minha mão
Que divulgar o belo sempre aspira
E faze-o cada vez com perfeição
Que tenhas a virtude aprimorada
E juntamente com teu camarada
Prossigas nesta tão feliz missão

Que bom é tê-lo como parceiro
Nos belos versos que hoje produzimos
Desde o primeiro verso, bem rasteiro
Buscando a perfeição nos conduzimos
Agora nós podemos afirmar
Covíctos, sem medo de errar:
Graças a Deus! Nós sempre evoluímos

O VAGABUNDO

Por: Kener Pereira Coutinho Neves


(Benoni Coutinho Neves) - 82/83

Peranbulndo segue o vagabundo
A sua mente é o seu próprio mundo
Limites do seu ''eu''
Foge ao desgosto por não haver nascido
Maldiz o ventre por não haver parido
Um reles fariseu

Varando as brumas, pés e mãos dormentes
Cortina espessa ante olhos ardentes
Presente sem porvir
Predestinado pela própria sorte
Metade em vida, o resto após a morte
Sem a razão ouvir

Rotos andrajos, a magrém mostrando
Matula imunda os ombros escorchando
A fome a torturar
Sem prever tempo nem medir espaço
A língua seca, o peito em mormaço
A sede a castigar

Se arde o sol,  a sombra é seu castelo
Se cai s chuva, o toldo é seu anelo
Por cama tem o chão
Os cães vadios são seus companheiros
E os moleques, grandes flibusteiros
Malvados por paixão

Segue em seus passos, amaldiçoado
Já que negou-se a ser abençoado
Na vida anterior
Embutecido e preso à maldade
Não mais acalentou felicidade
Em seu interior

Mas toda pedra aceita um buril
E a entidade embora seja vil
Se lembra de Jesus
Nenhum Diado é mau eternamente
Quanto mais negro é o ambiente
Mais se difunde a luz

A Eternidade espera o tempo todo
Até o espírito sair do lado
Exausto de sofrer
E o livre arbítrio gera o próprio carma
Entre as ciladas que a vida arma
E o senso do dever.

terça-feira, 8 de março de 2011

RÉQUIEM PARA LUIZ GONZAGA

Por: Kener Pereira Coutinho Neves

(Benoni Coutinho Neves) - 84

Pelas caatingas, Acauã somente chora
O Assum Preto já não canta no estradão
O Boiadeiro soluçando vai embora

E em seu aboio, ao bom ''Padim Ciço'' implora
Que ele console a agonia do sertão

Só se escuta o gemido da Asa Branca
Dilacerando o coração de todo o agreste
O pajeú encheu-se da lágrima franca
Que cascateia quando do peito se arranca
Um ser querido, nobre filho do Nordeste

Sua sanfona está silente; na orfandade
Mas o seu som, a sua voz, ninguém apaga
Noutra missão ele estará; na Eternidade
Levando a outros irmãos à felicidade
Que nos legou. - O IMORTAL LUIZ GONZAGA.