Monólogo de Gratidão - (Ao meu despertador, que embora mudo me chama à vida)
Por:
Kener Pereira Coutinho Neves
(Benoni Coutinho Neves) - 48/49
Despertador,
meu velho amigo e companheiro
Que me
acompanha desde a minha mocidade
Sem nunca
visitar nenhum relojoeiro
Embora
tarde, quero eu ser o primeiro
A
agradecê-lo por tanta felicidade
Ganhei
você de minha mãe como um presente
Uma
lembrança de meu pai já falecido
Um
“relojão” muito bonito e reluzente
Com
mostrador bem grande, bem fosforescente
E
campainha que arrebenta meu ouvido
Desde o
Colégio você me regula a vida
Horas de
estudo, de dormir de acordar
E foi por
isso que nunca tive perdida
Nenhuma
chance de chegada ou de partida
Quando
esperava alguém ou ia viajar
Por
muitas vezes fiquei com você zangado
Principalmente
quando ia dormir tarde
Você
tocava a campainha e eu “pregado”
Me levantava tropeçando, olhar pesado
Pra desligar depressa o seu enorme alarde
Você
também pregou-me peças, alguns sustos:
Me
despertava em dias feriados
Deixava
que eu dormisse o bom sono dos justos
Enquanto
a inflação voraz subia os custos
E ao
acordar me via com menos cruzados
Mais
algum tempo e desta vida eu partirei
Logo que
as dívidas do Carma eu resgatar
Como
Espírito aos Céus subirei
Como
Matéria para sempre dormirei
Porque
jamais eu ouvirei seu despertar.
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